quarta-feira, 25 de março de 2009

A discografia da polêmica

O pessoal que acompanha o blog que me desculpe, mas é que ta difícil de atualizar porque eu acabei de mudar, e nessa nova morada ainda não tem internet. Além disso, o computador bichou feio. Mas aos poucos eu vou colocando uma coisinha aqui, outra ali (pra ver se a Bia para de me encher), nem que seja só uns discos que eu gosto.
Conversa mole a parte, eu não poderia deixar de colocar os links de alguns discos para ilustrar o tema do post anterior. Pra ser o mais imparcial possível, escolhi o primeiro e o último de cada um, além de um outro que eu acho que é o melhor (ou um dos melhores) disco deles.

CAETANO VELOSO - 1968


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CHICO BUARQUE 1966
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O primeiro disco do Caetano é bem mais interessante, criativo e ousado, porém não tão bem acabado quanto o primeiro do Buarque. É um album ainda ingênuo, mas isso não chega a ser defeito. Ao contrário, transmite uma leveza que faz muito bem pro conjunto. Tirando "A banda" que, na moral, já deu é um disco gostosíssimo. Tem "Ole, Olá", que é linda, "A Rita", delicinha, "Amanhã ninguem sabe", fantástica, "Tem mais samba", descoberta pela Elis, e "Juca", que eu adoro. O compositor já nascia pronto. Já Caetano mostra claramente que está experimentando coisas, e umas funcionam mais do que outras. Tem-se a concepção, mas não se sabe ao certo como ligar as coisas. Faltava ainda o acompanhamento dos mutantes com os arranjos do Duprat. Mas tem "Tropicália", que é um marco da música brasileira de toda sua história. Tem "Alegria Alegria", uma resposta a "Banda" do Chico, e que é muito superior. Tem poemas de Capinam e Gullar. Enfim, ao invés de consolidação, um passo a frente. Mas em termos de estréia, os discos de Jorge Ben e de Gilberto Gil acertaram mais.

CARIOCA - 2006

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CE - 2006
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Esse pra mim não tem dúvidas. Chico apresenta um disco correto, bonito, previsível e repetitivo. Um isco de velho babão. Mais do mesmo. Enquanto Caetano se arrisca pela música indie, ataca temas atuais, muda a fórmula de seus trabalhos anteriores e volta a fazer canções mais cruas. E se sai muito bem. Não é a melhor forma, mas é muito melhor que 90% do que há por aí.

ÓPERA DO MALANDRO - 1979

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TRANSA - 1972
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Nesse caso eu não me arrisco. Os dois discos, cada um a seu modo, são brilhantes. Os dois compositores em um momento criativo privilegiado. Cada canção na "ópera do malandro" é perfeita, algumas são clássicos absolutos. E nesse caso nem dá pra dizer que ele não arrisca. Chico faz rock, faz uma adaptação brilhante de Brecht, abrasileira uma ópera, faz valsa, escreve duas das mais belas canções romanticas da MPB ("Folhetin" e a genial "O meu amor"), cria sambas deliciosos e improvisa até um tango. Além disso, o disco tem uma unidade conceitual (é uma peça) que lhe faz muito bem estruturalmente - o que nem sempre acontece com os discos do Chico, pouco importando se se trata de um album próprio ou de uma coletânea. E os vários intérpretes convidados não deixa que ele se torne cansativo. Pra mim, é um dos grande albuns da MPB. Agora quanto ao "Transa" é um dos meus discos prediletos. Aquele que formalmente conseguiu mostrar que a música brasileira é a música do mundo, o que realizou a fusão mais perfeita de pop internacional e regionalismo, que marcou de vez o limite entre o experimental e o pop. As canções são ótimas, o acompanhamento é fabuloso (em especial a guiarra de Jards Macalé), as misturas são geniais. É um verdadeiro acontecimento na música mundial, sem precedentes e sem continuadores. É uma jóia. Talvez o "Transa" leve vantagem por questões históricas. O disco, juntamente com "Expresso 2222" do Gil marca o ponto máximo de inflexão da Tropicália. Ambos são suas maiores realizações, e a partir dali o projeto deixaria de existir.
Mas o bom da MPB é que não precisamos eleger ganhadores. Tem lugar pra todo mundo

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