terça-feira, 22 de maio de 2007

A origem do Poder e o Amor ao próximo

"Um revólver é um argumento forte, mas um fuzil é uma verdade científica."(Dahmer, tira 991.)

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"Só me preocupo com um tipo de pobre: o armado."
(Dahmer, tira 984)




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segunda-feira, 21 de maio de 2007

Origens do Blues - Parte 3

Robert Johnson: O homem que vendeu a alma ao diabo.....o que ele pediu em troca?... Um estilo próprio de tocar seu violão....




A carreira de Robert Johnson foi tão curta quanto influente. Tendo gravado apenas 40 músicas em apenas duas sessões de estúdio e uma música (Kind Hearted Woman) em uma apresentação de rádio, Johnson é responsável pela definição do som que seria uma das raizes para a criação do blues moderno e do rock and roll.

Filho de lavradores, Robert Lee (Johnson era apenas um nome artístico) nasceu em 1911 no Missisipi, berço do blues americano e de fortes conflitos raciais. Trabalhou no campo até os 16 anos, quando resolveu seguir carreira artística tocando gaita e violão. Desde então não parou de viajar, tocando em todos os lugares em que pudesse, principalmente na rua.

Em sua curta carreira profissional, de 1936 a 1938, Johnson não conseguiu em vida nenhum reconhecimento comercial, tocando apenas em prostíbulos e inferninhos. Conseguiu, porém, reconhecimento dos companheiros músicos, tendo recebido ainda em vida o título de "The King of the Delta Blues Singers". Seu estilo diferente de tocar levou outros músicos a dizerem que ele havia feito um pacto com o diabo em troca de sua habilidade. A história do pacto foi ainda mais difundida após a gravação de músicas como Me and The Devil Blues e constantes confusões envolvendo espancamento de mulheres e sua morte misteriosa.

Robert Johnson morreu aos 27 anos, após se sentir mal em um show e passar três dias em estado de coma. A versão mais provável e difundida de sua morte foi a de que ele havia sido envenenado por uma amante ou por um marido ciumento. Embora fosse casado pela segunda vez (a primeira mulher havia falecido durante um parto) Johnson nunca havia abandonado a vida de farras. Também existem versões de morte por espancamento, apunhalamento e armas de fogo diversas, mas apenas a versão do envenenamento tem alguma credibilidade.

Em sua época Robert Johnson foi influência de alguns artistas de blues (Muddy Watters, entre outros) que por sua vez viriam a influenciar todos os artistas de rock que surgiriam na década de 50. Sua música foi novamente descoberta e gravada nos anos 60, sendo influência direta para bandas como Yardbirds, Cream, Led Zeppelin, Rolling Stones, The Who e inúmeros outros.

No início da década de 90 a obra completa de Johnson foi remasterizada e lançada com grande repercussão mundial, tendo sido finalmente reconhecida sua grande influência na música contemporânea.

Só pra apresentar "o cara" deste post, deixo um documentário com entrevistas de grandes nomes, como por exemplo: Eric Clapton, Keith Richards, o Mestre do blues Son House, Robert Lockwood Jr.,Honeyboy Edwards, etc., falando da influência desse bluesman no blues e no rock e sem contar, de falarem bastante da "história" que muita gente séria tem contado: "a história do pacto de Johnson com o diabo, a fim de torná-lo "o cara" no blues....."



E para aqueles que preferem escapar fedendo, fica o link para o download do disco 1 da obra completa no Johnson ( a senha é: 360grauss.blogspot.com):

The complete recordings - Robert Johnson disc1

para saber mais:

www.guitarclub.com.br/guitarheroes/robertjohnson/robertjohnson
www.soul-patrol.com/soul/johnson
www.deltahaze.com/30/rj
www.hitsquick.com/music/Artist/Johnson,Robert
http://whiplash.net/materias/bandas/robertjohnson
http://www.americanas.com.br/cgi-bin/WebObjects/CDStore.woa/wa/artist?artistId=3613

terça-feira, 15 de maio de 2007

1000 trutas 1000 tretas


"Procure a sua fórmula mágica da paz"

" Por você ser preto você tem que ser 2 vezes melhor [?]. (...) É necessário sempre acreditar que um sonho é possível, que o céu é o limite e que você, truta, é imbatível, que o tempo ruim vai passar e é só uma fase, e o sofrimento alimenta muito mais a sua coragem, e a sua a família precisa de você, lado a lado se ganhar, pra te apoiar se perder..."


download do disco ao vivo dos Racionais: 1000trutas1000tretas
a senha é: opus666

instruções: Ler o post abaixo (eu sou o inimigo) , escutar o disco acima...

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Festa da virada

Pra apagar a péssima impressão deixada pelos ultimos acontecimentos lamentáveis na praça da Sé, a prefeitura organizou a Festa da Virada, chamando vários artistas que se apresentaram na semana anterior e outros que tiveram seus shows cancelados. Tivemos Pato Fu, Alceu Valença, Karnak, Teatro Mágico, Andrew Tosh, pra comemorar o dia das mães e mostrar que o povo é de paz... foi o evento mais hipócrita e ordinário que eu tive o desprazer de acompanhar nos últimos tempos...
Pra começar, os shows foram todos convocados às presas, para apresentações de 30 mmin... é no mínimo um desrespeito chamar o Zimbo Trio, com tudo que os caras representam para a história do país, pra tocar 3 músicas... E o Andrew Tosh então? O cara chegou acompanhado de um mano na percurssão e fazendo playback... ridículo. Alceu Valença mesma coisa, voz e violão. Os shows com bandas completas - Pato Fu e Karnak - tocavam 4 ou 5 músicas e iam embora. Todas as apresentações - até onde eu vi, porque eu fugi na hora do teatro mágico - foram mais simbólicas do que efetivas, mas ao invés de simbolizar a paz, como eles queriam, simbolizavam o descaso do Estado para com a população.
O número de policiais que estavam presentes era absurdo... tão grande que parecia ter mais policia do que gente no lugar... fizeram uns corredores de metal cortando toda a praça, e ali no meio a polícia olhado para os dois lados... e ainda o pessoal do palco tinha coragem de falar em festa da paz... com um monte de fardado segurando o 38 na cintura... a praça parecia mais um banho de sol de algum presídio.
O público era bastante homogeneo... nada de manos com boné enfiado até os olhos, cara de poucos amigos, roupas largas... só boy descolado e minas pats ou hippie de boutique - moda fflch - um ou outro preto perdido... tudo rolou sem nenhuma confusão até o final. Foi a expressão perfeita do tipo de paz possível no país (e que é anunciada pelo Racionais no seu primeiro disco "Hey boy, que vc ta fazendo aqui? Aqui não tem nada pra voce"). A segregação filha da puta de ricos e pobres, com prejuízo para os pobres, evidentemente. E ainda tinham aquelas porcarias de lencinho branco... e o teatro mágico...
E é claro, acima de tudo, a ausência do Racionais, não só em presença efetiva, mas também no público, que não se viu comtemplado com nenhuma atração de Hip Hop, mas nos comentários também. Nenhum artista teve a decencia de comentar os acontecimentos (não chegeui a ver a Leci Brandão), a não ser pra lamentar em nome de uma paz abstrata que era contrariada na prática pelo cordão de isolamento policial na praça e na tonalidade única de cor...
"Olha quanto boy
Olha quanta mina
Afoga aquela vaca dentro da piscina"

Democracia

Lula tomou uma atitude verdadeiramente democrática na visita do Papa – negou o seu pedido de estreitamento de vínculos e manteve o país laico. E fez isso sem consultar ninguém. Caso tivesse convocado um plebiscito para saber a opinião do povo, haveria muitas chances de que essa vinculação fosse bem quista, e até aprovada pela maioria. Mas como aprovar tal medida se o Estado laico é uma das bases mesma da democracia? Muitas medidas totalitárias têm sido tomadas em nome da democracia, ao confundi-la deliberadamente com uma ditadura da maioria. Mas a democracia não está comprometida com a maioria, e sim com a totalidade. Não que o povo seja burro, e não saiba tomar sua próprias decisões, precisando de pessoas esclarecidas pra fazer a coisa certa. Longe disso. Aliás, o problema do país é que a escolha dos seus dirigentes até o Lula – que trouxe novos problemas – seguiam essa lógica, e se é verdade que todo esclarecimento é ideológico, aqui ele não é sequer isso, mal escondendo seu caráter ornamental e de violência de classe. Mas o dado é que não é o povo quem toma as suas decisões, e quando as toma é a partir de uma lista pré selecionada. Sem contar que o povo, até mesmo por uma questão de sobrevivência, é conservador até segunda ordem – quem pode ser pra frente e avançado é a burguesia. Assim, se fosse votada uma lei que proibisse manifestações homossexuais em espaço público, é provável que fosse aprovada pela maioria. Não estou dizendo que os dirigentes têm poder para ficar acima do povo, ao contrário, eles tem de ter um comprometimento profundo e estar com esses mesmo quando aparentemente estão contra. Mas é claro que isso é muito utópico, nunca aconteceu por aqui, e parece que não vai acontecer tão cedo. Porque a esperança venceu o medo... e fodeu
- Pior do que viver em uma época em que a liberdade de expressão é confiscada, como nas ditaduras, é viver em uma época em que todas as opiniões são ouvidas, apoiadas, e não fazem a menor diferença

http://www.diariodeunsateus.net/2007/05/11/lula-da-silva-recusa-submissao-ao-vaticano/

Eu sou o meu inimigo.

Eu sou o meu inimigo.Branco, alto, loiro, barriga próspera, bem educado, ensino superior,poliglota, quando nao era estudante e ainda tinha grana dos meus paistambem comprava roupa cara e bebia whiskey à 15 reais o copo.Nao importa que eu gastasse a maior parte da grana em disco e livros,eu era um burgues, sem duvida, e sou.Sou meu inimigo.E nao posso me esconder por que alem disso sou homem, heterossexual ebonito. Nao faco parte de nenhuma minoria. Todas as partes do meucorpo estao no lugar e funcionam, nenhuma doenca venerea, nenhumproblema congenito, nenhuma marca de espinha, sarampo, rubeola,catapora, caxumba. Nao tive paralisia infantil, nao fui subnutrido.Nao fui espancado, molestado ou violentado.Nao tive pai alcoolatra, nem mae puta.Nao comi pao com bosta, mas, verdade seja dita, comi caviar com gosto.Com 5 anos eu já sabia ler e escrever e nao minto que sempre me gabeida extravagancia que é ser inteligente.Eu sou meu inimigo.Nao posso me esconder atras de nenhuma minoria, nenhuma serve e acarapuca se nao é larga é apertada.Se vejo um pobre preto atravessando a rua na minha direcao as 10 danoite na praca da Sé, claro, mudo de lado, escondo a carteira, ficocom medo... e por que nao dizer, com culpa.Eu nao sou ele, nunca fui, nunca roubei ninguem, nunca matei ninguem,nunca briguei por comida, nunca passei 24 horas sem enfiar nada noestomago, nunca passei uma semana sem tomar banho, nunca fiquei um anosem cortar o cabelo, nunca fiquei um mes se contar as unhas.Sempre tive dinheiro pra comprar perfume.Eu sou o meu inimigo, e deveria ser o inimigo publico numero um.Nao porque eu jah tenha roubado chocolate suico no supermercado, masporque eu sou eu, e nao posso fazer nada contra isso... e nem quero.Nao digo que se eu fosse uma negra lesbica ana e cega nascida nointerior do maranhao e emigrada em pau de arara nos anos 40 as coisasseriam mais faceis, nao seriam, mas eu poderia esconder todos os meusproblemas (e nao sem razao) atras das 300 minorias das quais fizesseparte.E ai talvez eu fosse alguem mais interessante para o mundo.E nao o meu inimigo.Eu nao sei dancar Samba, nao sei cantar RAP, nao sei tocar cavaquinho.Nao gosto de pagode, nem de funk e nem de grandes demonstracoes decultura popular, mas nao escondo que acho Racionais um puta som – maseles nao falam pra mim, alias, muito pelo contrario, eles falam contramim.Eu sou o inimigo dos Racionais, e de todos os fas dos Racionais.Nao torco para o Corinthians, nem para o Flamengo e até diria quetorco para o Sao Paulo, time de burgues, mas na verdade nao acompanhonem Copa Libertadores, quando muito final de mundial e ainda assim sementender muita coisa, pra ser sincero, nao gosto de futebol.Nao gosto de futebol e nao sei chutar uma bola sem me machucar,machucar alguem ou ser expulso de campo por falta de habilidade.Entao eu paro e penso: o que eu posso fazer pelo meu mundo hoje?Tomando uma Coca-Cola, de frente para o meu lap-top de ultima geracaochego à brilhante conclusao que o melhor que fiz na vida foi estudarliteratura. Que belo modo de mudar as coisas.De repente a verdade é que eu nao quero mudar o mundo e nao quero queas coisas mudem por que minha posicao é muito confortavel, muitogostosa.Por essa razao, eu sou meu inimigo.Aí eu posso dizer que é errado discriminar alguem por ser mulher,preto, pobre, crente, puta, anao, lesbica, viado, judeu ou qualquerminoria, e claro, sair até bonito no fim da história.Mas vou contiuar rico, branco e poliglota.Vou continuar sendo meu inimigo.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Cassia Eller - Acustíco MTV



Comecemos em alto nível, citando Adorno logo de cara, para evitar que qualquer Zé Mané sem embasamento teórico tenha a pachorra de contestar. Os não sujeitos de hoje, que perderam a capacidade de ouvir, acreditam piamente na lorota que nos é vendida por programas como Fama, ou Raul Gil, de que ter boa voz é sinônimo de cantar bem. A Sandy não desafina, e não sabe cantar, menos ainda a Marisa Monte, que desafina e não sabe cantar. Ambas tem potência vocal, encontraram uma fórmula agradável aos ouvidos, e transformam todas as músicas em uma reprodução do mesmo. Uma boa cantora cria sua interpretação a partir das necessidades expressivas da música – embora mantendo sua identidade – ao invés de fazer o movimento contrário e usar a música como um pretexto para exibição de seus dotes vocais. Billie Holliday fazia isso. Elis fazia também. E Cássia Eller também fazia, e melhor a cada dia que passava.

Isso pode soar meio ofensivo aos ouvidos apreciadores de Monica Salmaso, que apara todas as arestas e imperfeições das suas interpretações e arranjos, transformando, em nome do bom gosto, tudo em canção de ninar, pronto para ser servido em alguma reunião social pau no cu de classe média. (Interessante que, apesar de se aproximar em grau de chatice, o movimento é o oposto ao da Bossa Nova, que transformou a contradição em princípio estético). Ofende mais é verdade – o esteticamente relevante muitas vezes parte da imperfeição e do defeito de fabricação, pra não mais sair de lá. Caveant, consules.

Por isso tudo, mais sua variedade de repertório – música brega francesa (interpretação feminíssima, contrariando os imbecis que acham que homossexualidade significa se tornar o outro), Beatles, samba (um riachão impagável) e samba Cult (um Chico interpretado ironicamente, colocando no chinelo a interpretação clean do MPB4), manguebeat, pop rock, pop canção, cultura maranhense, hip hop convivendo em um mesmo cd - por cantar Nirvana melhor do que qualquer marmanjo, por ser gente boa pra cacete, e por outras, esse é o melhor acústico da MTV e um disco bom pra cacete, a despeito dos Nandos Reis da vida. Mas, ninguém pode negar que ‘malandragem’ só faz sentido com a Cássia, e que alguma vez na vida já se emocionou com ‘o segundo sol’.
Quando voltaram a si, o narrador havia descido as escadas.

Só lamento


Lamentável o desfecho que nossa dignísima PM deu ao show do Racionais na virada... saca só a justificativa dos caras:


"Segundo o tenente da PM Jackson [não quis falar o sobrenome], responsável pela ação policial na Sé, as autoridades agiram com equilíbrio. "Eles [os fãs] subiram na banca e tentaram invadir apartamentos pelas janelas, foi indecente", disse à Folha Online. A PM culpou ainda o conjunto de rap pelo confronto. O grupo é conhecido por ter letras combativas, sobretudo em relação a abusos policiais."É só ver o histórico do Racionais. Acaba sempre assim. Mas nós já estávamos preparados para isso acontecer", afirmou o tenente".


Será que essa ação de um pequeno grupo - eu tava la e não quebrei nada - justifica a truculência da PM... será que no palco punk ninguém quebrou nada, ninguém tava consumido drogas de nenhuma espécie? Esvaziar toda a praça da Sé e perseguir a galera até o Parque Dom Pedro porque alguém quebrou um banheiroquímico ou um orelhão que nunca funciona mesmo é justificável? Porque será que o show do Racionais acabam sempre assim? Por esse vídeo do youtube voces podem acompanhar bem o quanto o Mano Brown incitou a violência... se tem alguém certo nisso tudo, é o cara.

Não tem sentido atear fogo em carros, destruir o patrimônio público? Ora, em um país onde a noção de espaço público é uma piada de mal gosto e onde a preservação de um banheiro químico justifica bombas e balas de borracha atiradas pra cima da população - só para mostrar que eles não deviam estar ali - depredação é o mínimo que se DEVE fazer. As vezes cansa apanhar calado, abaixar a cabeça pra quem está em casa quietinho assistindo tudo no fantástico em uma tv de plasma. O público do Racionais não tem que ser civilizado, porque a rigor, eles não fazem parte da civilização. Estão como que em uma esfera separada, onde só chega a parte mais podre desse lixo de país.


Palavras de Brown na confusão:

Matéria da globo sobre a treta:

terça-feira, 8 de maio de 2007

Tarantino's Mind


"Tarantino's mind" tem direção e roteiro coletivo da 300 ML e produção da Republika Filmes.

Imaginem um diálogo hilário entre Selton Mello e Seu Jorge num bar de São Paulo. O clima do curta sugere aqueles diálogos comuns nos filmes do Tarantino, como por exemplo, O papo final entre Vincent com seu parceiro Jules sobre os tiros que não levaram em Pulp Fiction, ou a tese de Mr. Orange entre os bandido no início de Cães de Aluguel sobre Like a virgin de Madonna , ou a tese de Bill sobre o Super Homem em Kill Bill II, entre outros.
Na mesa, de início, chope e batata-frita como dois bons paulistanos. Como os dois já se transformaram em "personagens de si mesmo" é difícil disassociar aquela conversa toda das duas figuras. O papo é sobre Quentin Tarantino e o que se passa na cabeça de "uma das mais importantes" figuras do cinema americano atual. Selton resolve revelar uma tese sobre o diretor americano, em que todos os personagens criados por ele têm uma ligação em seus vários filmes. Ele sugere que "toda" a obra significativa de Tarantino é na verdade uma "novela" só. A Noiva de Uma Thurman, por exemplo, é a mesma louca de "Pulp fiction". Lembram quando Vincent Vega (John Travolta) pergunta sobre o trabalho dela? "Facas", responde Uma. E em que A Noiva é especializada? Facas!

E a tese de Tarantino que "Top Gun - Ases indomáveis" não passa de um manifesto gay? Hilário. Assim transcorre o curta. Seu Jorge faz Seu Jorge que só escuta e rebate com teses ou dúvidas tão "profundas" (como por exemplo, a maneira que se destrava um PSP2) quanto as de seu colega de mesa."

só clicar no player e se divertir!




Caso queira baixar o video no google, ou vê-lo ampliado, clique AKI.
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quarta-feira, 2 de maio de 2007

Clementina de Jesus

Eu queria postar aqui o fantástico Gente da Antiga, com Pixinguinha e João da Bahiana (um criou os arranjos do samba, o outro, o pandeiro) só mandando os clássicos do samba... não achei na Net, vou ver ainda se consigo, mais fica pra depois.. pra compensar, dois discos extraordinários também, o primeiro com Carlos Cachaça, o eterno parceiro do Cartola, e o segundo, que eu coloco entre os melhores discos brasileiros de todos os tempos... três descendentes diretos de escravos cantando as cantigas que ouviam de seus avós, sempre com interpretações assombrosas (Geraldo e Clementina são os melhores intérpretes que eles poderiam ter escolhido)
[fonte] Dicionario Cravo Albin da Música Popular Brasileira

Seu pai foi mestre de capoeira e violeiro. Com a mãe aprendeu os cantos de trabalho, partidos-alto, ladainhas e jongos, assim como corimás e ponto de macumba.A família mudou-se para o bairro de Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.
Ainda menina, aos 12 anos, desfilava no Bloco Moreninhas das Campinas. Três anos depois, já cantava no coro de uma das muitas igrejas do bairro de Oswaldo Cruz. Por essa época, freqüentava as rodas de samba na casa de Dona Maria Nenê. Mais tarde, foi para o Grêmio Recreativo e Escola de Samba Portela.
No ano de 1940 casou-se com Albino Pé Grande e foi morar no morro da Mangueira.Trabalhou muitos anos como empregada doméstica e somente aos 63 anos começou a carreira artística, lançada pelo letrista e produtor Hermínio Bello de Carvalho.
Durante sua vida, recebeu várias homenagens, entre elas a do então Secretário de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Darcy Ribeiro, no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, em agosto de 1983. O evento contou com a presença de várias personalidades e artistas, como João Nogueira, Beth Carvalho, Paulinho da Viola, Elizete Cardoso, Orquestra Sinfônica Brasileira, Ala das Baianas de várias escolas de samba, Gilberto Gil, Dona Zica, Dona Neuma, mestres-salas e porta-bandeiras, acompanhados pela bateria da Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira.
Em 1985, recebeu do governo francês, através do Ministro da Cultura Jack Lang, a "Comenda da Ordem das Artes e Letras", com a presença de Jorge Amado, Caetano Veloso e Milton Nascimento.Ficou conhecida como a Rainha Ginga ou Quelé. A primeira homenagem foi dada devido a sua importância e grandeza na música popular, e a segunda devido à corruptela carinhosa de seu nome.
Dados Artísticos
Apareceu inicialmente para o grande público no ano de 1964, quando, a convite de Hermínio Bello de Carvalho participou do show "O menestrel" (c/ Turíbio Santos). No ano seguinte, integrou o musical "Rosa de Ouro", apresentado no Teatro Jovem do Rio de Janeiro e dirigido por Hermínio Bello de Carvalho e Kleber Santos, que contou também com as participações de Anescarzinho do Salgueiro, Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, Araci Cortes e Nelson Sargento. Do show foram editados os LPs "Rosa de Ouro" e "Rosa de Ouro Volume II", em 1965 e 1967, respectivamente e nos quais interpretou lundus, jongos e sambas: "Benguelê" (Pixinguinha e Gastão Vianna), "Boi não berra" (domínio público), "Sementes do samba" (Hélio Cabral), "Nasceste de uma semente" (José Ramos) e "Bate canela".
Elton Medeiros compôs em sua homenagem o partido-alto "Clementina, cadê você?". O show seguiu em turnê pela Bahia e em teatros São Paulo.Viajou para Dacar e Senegal, representando o Brasil no "Festival de Arte Negra", acompanhada de Elizeth Cardoso, Elton Medeiros e Paulinho da Viola no ano de 1966.
Nesta mesma época, participou de concertos na Aldeia de Arcozelo e em dueto com Helcio Milito, apresentou na Sala Cecília Meirelles, do Rio de Janeiro, a "Missa de São Benedito" de autoria de José Maria Neves. No ano seguinte, em 1967, prestou seu histórico depoimento para o MIS (Museu da Imagem e do Som), no qual foi entrevistada por Hermínio Bello de Carvalho e Ricardo Cravo Albin.
Em 1968, com João da Baiana e Pixinguinha gravou o disco "Gente da antiga", lançado pela Odeon. Neste mesmo ano, ao lado de Nora Ney, Cyro Monteiro e o conjunto Rosa de Ouro, lançou o LP "Mudando de conversa", gravação do show homônimo, realizado no Teatro Santa Rosa, no Rio de Janeiro, com roteiro e direção de Hermínio Bello de Carvalho, disco no qual interpretou "Sabiá" (Maurício Tapajós e Joaquim Cardoso) e "Mulato bamba", de autoria de Noel Rosa.
No ano de 1970 gravou o primeiro disco solo, "Clementina, cadê você?", lançado pelo MIS (Museu da Imagem e do Som) do Rio de Janeiro. Neste disco interpretou, entre outras, "Sei lá, Mangueira" de autoria de Paulinho da Vila e Hermínio Bello de Carvalho e ainda "Vai de saudade" (Candeia e Davi do Pandeiro).
No ano de 1973, após ter se recuperado de uma trombose, lançou pela Odeon o LP "Marinheiro só". Produzido por Caetano Veloso, o disco trouxe do folclore popular a faixa "Marinheiro só", com adaptação de Caetano Veloso. Ainda neste mesmo disco, foram incluídas duas composições de Paulinho da Viola: "Na linha do mar" e "Essa nega pede demais". A própria Clementina fez três adaptações de cantos populares: "Fui pedir às almas santas", "Atraca, atraca" e "Incelença".
Neste mesmo ano de 1973, Milton Nascimento a convidou para gravar a faixa "Escravo de Jó" (Milton Nascimento e Fernando Brant) no disco "Milagre dos peixes". Dois anos depois, foi homenageada outra vez por Milton Nascimento e Fernando Brat na música "Raça", faixa que deu título ao disco de Milton Nascimento lançado nos Estados Unidos.
No ano de 1976 lançou o LP "Clementina de Jesus - convida Carlos Cachaça". No ano seguinte, em 1977, participou como convidada de Clara Nunes no LP "As forças da natureza", no qual interpretou em dueto com a anfitriã a faixa "PCJ-Partido da Clementina de Jesus" de autoria de Candeia.
No ano de 1982 a Escola de Samba Lins Imperial apresentou-se com enredo em sua homenagem, "Clementina - Uma Rainha Negra". Neste mesmo ano, gravou o LP "Canto dos escravos", com Tia Doca e Geraldo Filme, disco no qual interpertaram cânticos dos escravos de Minas Gerais, recolhidos pelo pesquisador Aires da Mata Machado Filho e lançado pela gravadora Eldorado.
No ano de 1984 participou do disco "Partido alto nota 10", de Aniceto do Império, no qual interpretaram em dueto a faixa "Dona Maria Luiza", de autoria de Aniceto do Império.Em 1985, gravou pela EMI Music o disco "Clementina e convidados". O LP contou com a participação de Clara Nunes na faixa "Embala eu" (Albaléria), de Cristina Buarque, em "Tantas você fez" (Candeia), de João Bosco em "Boca de sapo" (João Bosco e Aldir Blanc), além de participações de Roberto Ribeiro na música "Cocorocó", de Paulo da Portela e ainda de Martinho da Vila na faixa "Assim não, Zambi" (Martinho da Vila). Outros convidados importantes foram Dona Ivone Lara, Adoniram Barbosa e Carlinhos Vergueiro.
Neste mesmo disco, figurou também como compositora ao lado de Catoni na faixa "Laçador" e ainda fez diversas adaptações de jongos, corimás, batucadas e partidos-altos para as faixas "Lapa", "Carreiro bebe", "Pica-pau", "Atraca, atraca" e "Fui pedir às almas santas", entre outras.Apresentou-se com Nelson Cavaquinho em vários show, em turnê por Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo.Seu último show foi no mês de maio no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, no ano de 1987, vindo a falecer em julho deste mesmo ano
.No ano 2000, às vésperas da comemoração de aniversário de 100 anos de nascimento, foi produzida por Hermínio Bello de Carvalho e João Carlos Carino uma caixa com nove CDs reunindo quase toda a obra gravada em LPs na Odeon, com exceção do disco produzido no MIS (Museu da Imagem e do Som). A caixa, patrocinada pela Petrobras, ainda contou com um livreto com textos de Lena Frias, Luiz Antônio Viana e Hermínio Bello de Carvalho, além de pesquisa feita por Paulo César de Andrade.
No ano 2002 foi lançado o livro "Velhas Histórias, memórias futuras" (Editora Uerj) de Eduardo Granja Coutinho, no qual o autor faz várias referências à cantora.





1.Pergunte ao João
2.Incompatibiliade de Gênios
3.Olhar Assim
4.Ingenuidade
5.Defesa
6.Ajoelha
7.Não Quero Mais Amar A Ninguém
8.Itinerário
9.Lacrimário
10.Jongos: Picapau / Carreiro Bebe?
11.5 Cantos de Trabalho: Os Escravos de Jó/Alegria do Carreiro/Ensaboa/Peixeira Catita/Atividade no Abano/Os Escravos de Jó
12.Lapa




Candeia - discografia

Dando uma olhada por aqui eu pensei CREDO! Desse jeito vão pensar que nóis nem gosta de samba, ou não acha uma coisa importante, ou acha um som menor, essas coisa que a elite mpbzistica pensa. Pra corrigir esse deslize, vou colocar pelo menos dois macumbeiros e um branco bem chegado... Começo com o grande mestre Candeia... parece mentira, mas o cara era policial, e dos ruins - desses de dar porrada na galera do morro onde foi criado - pelo menos é o que dizem. E ao mesmo tempo, suas letras de temática social são excelentes, seu trabalho com o candomblé é maravilhoso, do naipe da tia Clementina e da divina Clara, e suas músicas estão entre as mais lindas melodias do samba, e suas gravações costumam manter uma batucada federal que é foda de se segurar. Pintura sem arte é uma obra prima de composição, relembrando os sambas de antigamente, quando não se tinha certeza ainda do que seria o samba... e além disso, o cara gravou um dos maiores discos de Samba de todos os tempos, que é o AXÉ!. Minha dica é que começem o download por ele porque esse rapidshare é um saco... Bom proveito





Antônio Candeia Filho, 17/8/35 - 16/11/78. Filho de sambista, o menino Candeia até poderia guardar mágoa do samba. Em seus aniversários, ele contava com certa tristeza, não havia bolo, velinha, essas coisas de criança. A festa era mesmo com feijoada, limão e muito partido-alto. No Natal, a situação se repetia.



Seu pai, tipógrafo e flautista, foi, segundo alguns, o criador das Comissões de Frente das escolas de samba. Passava os domingos cantando com os amigos debaixo das amendoeiras do bairro de Oswaldo Cruz. Assim, nascido em casa de bamba, o garoto já freqüentava as rodas onde conheceria Zé com Fome, Luperce Miranda, Claudionor Cruz e outros.



Com o tempo, aprendeu violão e cavaquinho, começou a jogar capoeira e a freqüentar terreiros de candomblé. Estava se forjando ali o líder que mais tarde seria um dos maiores defensores da cultura afro-brasileira. Arte negra era com ele mesmo.Compôs em 1953 seu primeiro enredo, Seis Datas Magnas, com Altair Prego: foi quando a Portela realizou a façanha inédita de obter nota máxima em todos os quesitos do desfile (total 400 pontos).No início dos anos 60, dirigiu o conjunto Mensageiros do Samba.



Em 61, entrou para a polícia. Tinha fama de truculento e suas atitudes começaram a causar ressentimentos entre seus antigos companheiros. Provavelmente, não imaginava que começava a se abrir caminho para a tragédia que mudaria sua vida. Diz-se que, ao esbofetear uma prostituta, ela rogou-lhe uma praga; na noite seguinte, ao sair atirando do carro num acidente de trânsito, levou um tiro na espinha que paralisou para sempre suas pernas.



Sua vida e sua obra se transformaram completamente. Em seus sambas, podemos assistir seu doloroso e sereno diálogo com a deficiência e com a morte pressentida: Pintura sem Arte, Peso dos Anos, Anjo Moreno e Eterna Paz são só alguns exemplos. Recolheu-se em sua casa; não recebia praticamente ninguém. Foi um custo para os amigos como Martinho da Vila e Bibi Ferreira trazerem-no de volta. De qualquer maneira, meu amor, eu canto, diria ele depois num dos versos que marcaram seu reencontro com a vida.



O couro voltou a comer nos pagodes do fundo de quintal de Candeia que comandava tudo de seu trono de rei, a cadeira que nunca mais abandonaria. No curto reinado que lhe restava, dono de uma personalidade rica e forte, Candeia foi líder carismático, afinado com as amarguras e aspirações de seu povo. Fiel à sua vocação de sambista, cantou sua luta em músicas como Dia de Graça e Minha Gente do Morro.



Coerente com seus ideais, em dezembro de 75 fundou a Escola de Samba Quilombo, que deveria carregar a bandeira do samba autêntico. O documento que delineava os objetivos de sua nova escola dizia: Escola de Samba é povo na sua manifestação mais autêntica! Quando o samba se submete a influências externas, a escola de samba deixa de representar a cultura de nosso povo.No mesmo ano de 75, Candeia compunha seu impressionante Testamento de Partideiro, onde dizia: Quem rezar por mim que o faça sambando.Em 78, ano de sua morte, gravou Axé um dos mais importantes discos da história do Samba. Ainda viu publicado seu livro escrito juntamente com Isnard: Escola de Samba, Árvore que Perdeu a Raiz.

[fonte]www.samba-choro.com.br/artistas/candeia








terça-feira, 1 de maio de 2007

Secos e Molhados


É difícil descrever e classificar o Secos e Molhados, mas poderíamos simplesmente dizer: foi conjunto musical brasileiro, criado pelo compositor João Ricardo, em 1971. Em 1972 por intermédio de uma amiga em comum, João Ricardo e Ney Matogrosso foram apresentados e assim, Ney assumiu os vocais da banda. Mais ou menos nesse mesmo período, o vizinho de João, Gerson Conrad, foi absorvido na banda. Por um lado, foi uma tentativa bem sucedida de criar um grupo de música folclórica. Por outro, uma tentativa de criar um grupo de rock, o que também foi bem sucedido.

Músicas do folclore português, como "O Vira", misturadas com a poesia de Cassiano Ricardo, João Apolinário, Vinícius de Moraes, Fernando Pessoa, entre outros, os Secos e Molhados tornaram-se um dos maiores fenômenos musicais do Brasil. E em apenas um ano e meio, o grupo saltou dos shows na apertada Casa de Badalação e Tédio, em São Paulo, para a fama nacional dos espetáculos em grandes ginásios, superando a marca de 1 milhão de discos vendidos. Em fevereiro de 1974, fazem um show no Maracanãzinho que bateu todos os índices de público jamais visto no Brasil.

Sem dúvida, o sucesso dessa banda estava ligada a três coisas: (i) a habilidade e criatividade dos integrantes, (ii) a presença performática de palco enriquecida pelas maquiagens e roupas nada tradicionais e por fim, (iii) Ney Matogrosso.





O fim da banda, eu diria, está vinculada a um fato: A forte presença do dono da banda (o João Ricardo fundou a banda sozinho[?]) e a forte presença de Ney Matogrosso (esse despensa apresentações(!). Não havia espaço para os dois no mesmo holoforte. Na semana em que saiu o segundo LP, o Secos e Molhados acabou.












Mas escutar não é suficiente... Pra entender Secos e Molhados, faz-se necessário assisti-los ao vivo.
Click aqui para acessar um vídeo dos Secos e Molhados ao vivo.

O choque de voz feminina e da figura masculina(?) deve ter incomodado muitas 'Tiazinhas' e 'Senhores' na época. Ney, Conrad e Ricardo sem camisa também. Ney Matogrosso rebolando no mínimo chamou atenção(!).

Amigos, ninguém nunca tocou no assunto, mas escutem "Sangue Latino"...Pode (e como!) ser interpretado como um Hino homosexual. Não?




Downloads - primeiro disco: Secos e Molhados-1973




- segundo disco: Secos e Molhados-1974


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Origens do Blues - Parte 2















Sabe aquela guitarra-slide solando arrastado que é inevitável não imaginar uma cena de um homem deixado pela mulher, de gravata frouxa, bebendo todas no balcão de um bar qualquer?
Então, se não for Elmore James 'na função' da trilha desta imagem, aposto alto que o cara que estiver executando a guitarra teve sem dúvida a influência deste moço que foi uma das figuras chaves para a inserção da guitarra no Blues.

Nascido no Mississipi em 27/01/18, Elmore James tocou com nada menos que Robert Johnson e Sonny Boy Willianson em bares nos anos 30.Depois de servir na Marinha durante a II Guerra Guerra, recuperou o tempo perdido gravando para a Chess, em Chicago, desde 1951, dessa forma ajudando na eletrificação e urbanização do blues, originalmente rural e acústico. Morreu em Chicago em 24/05/1963, sem ter noção da influência que seu jeito de tocar guitarra causaria não só no Blues, mas também no Rock...Deixou pérolas como: "Dust My Broom" (obra de seu amigo R. Jonhson),"Baby please set a date", "Held my baby last night" (minha predileta), entre muitas outras...




















link para download: EJames_TheSky

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