terça-feira, 28 de agosto de 2007

Kontakt - Stockhausen


E finalmente um disco de música eletroacústica. Como eu já coloquei antes, ninguém conseguiu ainda me convencer que isso é música - embora as vezes lembre vagamente. Entretanto, exatamente por essa razão é bom pra caralho. Se você é fã de música eletrônica pode desencanar que não tem nada a ver... o que esse disco apresenta é uma sequência de barulhinhos 'sem sentido', aquela função hipnótica noiada da música eletrônica não existe. O objetivo aqui é desconstruir todos os sentidos musicais possíveis até então. Aconselho ouvir antes os dois discos postados antes ou alguma outra coisa de Krautrock (menos Kraftwork) e de música de concerto contemporânea - começar com Shoemberg é uma boa. Escute também os trabalhos mais recentes do Tom Zé, alguma coisa do Hermeto e depois vá até uma avenida bem movimentada e procure encontrar a música inerente àquele conjunto de ruídos. Ou então desencane e encare de uma vez - mas tente ouvir pelo menos uma vez o disco até o fim (eu confesso que quase nunca consigo).

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Luciano Bério - Coro



Continuando as postagens de música estranha, coloco aqui um disco de música de concerto contemporânea, de um dos seus mais conceituados compositores - Luciano Bério. Acho que esse é um bom disco pra se iniciar nesse universo (antes de pegar um disco de música eletroacústica) porque ainda tem os instrumentos sinfônicos - piano, percussão, cordas, metais - apesar de evidentemente serem tocados de forma não convencional, e porque é uma peça coral, o instrumento mais familiar ao homem. Mas se você ouviu o disco postado anteriormente e detestou, achou que não era música e coisa e tal, é melhor deixar pra lá. Pois essa é uma peça perturbadora, como um coral de anjos do inferno. Abaixo alguns dados sobre o autor recolhidos na rede.


"Ao longo do século 20, a inovação na música erudita foi a grande premissa para os compositores de vanguarda, músicos que buscavam experimentar linguagens e caminhos estruturais trilhando uma via paralela ao que era considerado clássico e intocável. O marco zero dessa revolução musical surgiu com a Segunda Escola de Viena, movimento da década de 1920 que tinha como principais representantes o compositor austríaco Arnold Schoenberg e seus principais alunos: Anton Webern e Alban Berg. Schoenberg queria uma música que se diferenciasse estruturalmente das composições de até então. O que, de fato, ele conseguiu. Exemplo mencionado por dez entre dez especialistas é o dodecafonismo, técnica de composição na qual as 12 notas musicais da escala cromática - as notas-padrão acrescidas dos cinco tons intermediários - são tratadas como equivalentes, ou seja, sujeitas a uma relação ordenada e não hierárquica.
Na escalação do time dos vanguardistas, um dos maiores nomes veio da Itália: Luciano Berio. Nascido na cidade Oneglia, em 1925, o compositor recebeu suas primeiras instruções musicais do pai e do avô, e, embora tivesse se mudado para Milão após a Segunda Guerra Mundial para estudar direito, a música falou mais alto e Berio acabou mesmo se tornando pupilo do músico também italiano Giorgio Federico Ghedini, conhecido por explorar diversos estilos. No início dos anos 50, o jovem músico já começava a mostrar interesse pelos experimentalismos de Schoenberg. Ainda nessa década, iria para Darmstadt, na Alemanha, onde o alemão Karlheinz Stockhausen e o francês Pierre Boulez propunham inovações na linguagem musical. Foi lá que Berio entrou em contato com a música eletroacústica - junção da música concreta [produzida a partir de edição do áudio misturada a fragmentos de som ambiente, tanto da natureza quanto até mesmo de indústrias], criada pelos franceses Pierre Schaeffer e Pierre Henry (veja boxe De Olho no Contemporâneo) no final da década de 40, com a música eletrônica [criada por meio de equipamentos e/ou instrumentos eletrônicos, como o sintetizador] de Stockhausen, surgida dez anos depois. De volta à Itália, em 1955, fundou com Bruno Maderna o Studio di Fonologia. Foi a partir de então que as experimentações de Berio o levaram à utilização de aparelhos emissores de ondas eletromagnéticas, gravações em fitas magnéticas de rolo e sons sintéticos para compor sua música eletroacústica.
Berio, que foi casado com uma das principais cantoras do século 20, a norte-americana meio-soprano Cathy Berberian, acabou se tornando um mestre na utilização da voz em composições de música contemporânea - como também ficaram conhecidas as músicas eruditas de vanguarda. "Ele cobriu praticamente todos os gêneros vocais com uma maestria absurda, desde a música eletroacústica até o coro", explica Flo Menezes. "Tinha uma consciência total da voz em todas as suas acepções: a questão fonética, a acústica e a semântica."
Berio, morto em 2003, ainda se destacou nas adaptações de músicas folclóricas que recolheu mundo afora, conhecidas como as Folk Songs de Berio, adaptando-as e rearranjando-as, em 1964, com roupagem erudita".

[FONTE: Portal SescSP]

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quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Moolah - Woe Ye Demons Possessed


Eu sempre gostei de procurar experiências diferentes no campo sonoro, seja buscando formas de composição que escapam ao âmbito Ocidental canônico, por fazerem parte de um outro padrão de desenvolvimento cultural - a música tradicional indiana, por exemplo - seja procurando por grupos e compositores que partem do padrão Ocidental para reconfigura-lo em uma outra lógica que o problematiza. As experiências mais radicais que eu encontrei nesse segundo sentido foram o free-jazz, que é superado pela música de concerto contemporânea (Xenaxis, Ligetti, etc...), talvez a mais 'sem noção' experiência musical que eu já tive a oportunidade de acompanhar (nem o Pola conseguiu me convencer ainda que Eletroacústica é música de fato).

No campo da música pop, os que mais escapam a um paradigma pré determinado são dois movimentos (mais do que estilos): a Tropicália e o Krautrock - o equivalente melancólico alemão da alegoria tropicalista. Posto aqui um disco de Kraut americano, que até pouco tempo era peça de colecionador. Pra quem ouvir pela primeira vez e achar uma merda desde o começo, desligue porque o tormento não é aliviado. Esse grupo não tem a ironia do Can, que permite que a gente dê uma relaxada - o gozo fica interditado até o final.

O bom de viver num país de merda é que a gente tem o samba.

domingo, 12 de agosto de 2007

Clara Nunes

Tamo ae de volta postando discos depois de um tempo de ressaca. Como presente dois discos dessa força da natureza que foi Clara Nunes.
Acabei de baixar a discografia completa dela e até agora consegui ouvir pouco mais da metade. Posso afirmar com segurança que ainda não consegui encontrar nenhum disco dela que fosse ruim. É claro que tem uns que são mais felizes que outros - especialmente na escolha do repertório, porque a interpretação dela é sempre impecável - mas mesmo estes não podem ser considerados ruins, fazendo parte com certeza da lista de bons discos de samba (ou MPB) já produzidos. Em especial a partir dos anos 70, quando ela encontra seu estilo próprio e pode atuar com maior liberdade (graças ao sucesso nas vendas dos discos, que fez com que os produtores procurassem investir em mulheres sambistas, algo até então raro).
Aqui vou colocar uma sequência que é de arrepiar, o disco Alvorecer, de 74, que vendeu 400.000 cópias, e o Claridade, de 75, que vendeu 600.000! As cifras são impressionantes, mas não tanto quanto esses discaços.

ALVORECER

Esse primeiro pode-se dizer que marca o período de transição de Clara, daquele estilo mais pesado tipo Dalva de Oliveira para o seu próprio. Ainda tem algumas músicas com orquestrações pesadas, mas a isso mescla-se samba enredo, batucada de terreiro, samba enredo, Bossa Nova, samba rock e uma releitura magistral de Gonzagão. Os arranjos desse disco são um caso a parte, belíssimos. Tanto que vale a pena saber o nome dos orquestradores e arranjadores. Maestro Gaya, Orlando Silveira (acordeon), Carlos Monteiro de Souza, João Donato (aquele) e Hélio Delmiro (que entre outras coisas gravou com Sarah Vaughan e os violões do clássico Elis e Tom). Entre as clássicas estão Samba da volta (Toquinho e Vinicius), Meu sapato já furou (Elton Medeiros), O que que a baiana tem (Caymmi), Conto de areia(Romildo Bastos), Esse meu cantar (João Nogueira) e Sindorerê (candeia)

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CLARIDADE


Esse é talvez o disco mais famoso de Clara. Aqui ela está mais sambista do que nunca, mas uma sambista das antigas, em que há lugar pra valsa e samba sincopado. Nesse discos as orquestrações estão mais leves, cedendo lugar pra batucada. Mas a versatilidade da menina continua, passando por partido, samba canção, samba enredo, religiosidade afro, etc. O disco todo é um destaque, mas só pra citar algumas fico com O mar serenou (Candeia), Sofrimento de quem ama (Alberto Lonato), A Deusa dos Orixãs (Tomildo), Bafo de Boca (joão Nogueira), Juízo Final (Nelson Cavaquinho). O disco ainda termina com Portela e Mangueira, representado pelos bambas absoulutos Monarco e Cartola.
Enfim, ambos são obras indispensáveis em qualquer discografia.

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Ouvindo: Alceu Valença - Cavalo de pau (só as clássicas do pop regional, bem anos 80) e Cidadão Instigado - O método tufo de experiências (instigante)

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Harry potter X Tim Hunter


"Muitos fãs de quadrinhos odeiam Harry Potter. Eles acreditam que o menino bruxo criado por J. K. Rowling seja uma cópia descarada e infantil de uma das mais interessantes criações de Neil Gaiman: Timothy Hunter.
Hunter surgiu na mini-série em quadrinhos Livros da Magia, em 1991 (publicada aqui pela Editora Abril). No gibi, um garoto absolutamente comum é perseguido por um quarteto de homens encapotados que revelam a ele seu potencial para se tornar o mago mais poderoso de sua época. Tentando mantê-lo no caminho do bem, Mister Io, Dr.Oculto, Vingador Fantasma e John Constantine levam o jovem Tim Hunter a uma viagem pelo passado, presente, futuro e através das dimensões, tentando mostrar a ele um panorama do desconhecido e misterioso mundo da magia.
A partir da bem-sucedida HQ, Timothy Hunter ganhou um título regular como parte do selo Vertigo, da DC Comics. Algumas das primeiras histórias foram publicadas por aqui na extinta revista Vertigo (Editora Abril) e em mini-séries da falecida Metal Pesado. Atualmente, Tim pode ser encontrado em seu novo título Hunter - The Age of Magic, ainda inédito aqui no Brasil.




Seis anos depois de seu surgimento, uma escocesa chamada Joanne Kathleen Rowling lança um livro chamado Harry Potter e a Pedra Filosofal. Como personagem principal, um garoto que descobre seu potencial para a magia quando é convidado a ingressar em uma escola especial para bruxos.
Além das semelhanças óbvias (os dois têm corujas de estimação, usam óculos e franja e são meninos e bruxos), Harry e Tim não têm absolutamente nada em comum. Enquanto as histórias do primeiro são recheadas de uma boa dose de humor e aventura infanto-juvenil, os quadrinhos de Os Livros da Magia são voltados para um público adulto, acostumado com passagens violentas e densas. Para exemplificar, enquanto em Harry Potter são necessários três livros para que o personagem tenha contato direto com a morte, em Livros da Magia só são necessárias algumas páginas para que Tim Hunter veja com seus próprios olhos as torturas da inquisição, a queda de Lúcifer ao inferno, um mago tirando coelhos mortos de sua cartola e outro se dissolvendo em sua frente...


E se tudo isso ainda não convencer os críticos de Potter a aceitar as diferenças entre as séries, talvez a palavra de Neil Gaiman em pessoa seja de alguma ajuda. Durante sua visita ao Brasil, em maio do ano passado, o aclamado criador de Sandman disse que não foi o primeiro, e nem será o último, a escrever sobre crianças e magia. Ele acredita inclusive que J. K. Rowling provavelmente nunca nem sequer leu um exemplar de Os Livros da Magia."




fonte:fonte:www.omelete.com.br/game/10000555/especial_harry_potter.aspx

Download das revistas em quadrinhos dos Livros da Magia: Livros da Magia

mais sobre:
www.abacaxiatomico.com.br/obalaio/kingdom/antigos/frame20011118.htm
www.odarainternet.com.br/supers/cinema/harry-potter.htm
www.burburinho.com/20050717.html