quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Moolah - Woe Ye Demons Possessed


Eu sempre gostei de procurar experiências diferentes no campo sonoro, seja buscando formas de composição que escapam ao âmbito Ocidental canônico, por fazerem parte de um outro padrão de desenvolvimento cultural - a música tradicional indiana, por exemplo - seja procurando por grupos e compositores que partem do padrão Ocidental para reconfigura-lo em uma outra lógica que o problematiza. As experiências mais radicais que eu encontrei nesse segundo sentido foram o free-jazz, que é superado pela música de concerto contemporânea (Xenaxis, Ligetti, etc...), talvez a mais 'sem noção' experiência musical que eu já tive a oportunidade de acompanhar (nem o Pola conseguiu me convencer ainda que Eletroacústica é música de fato).

No campo da música pop, os que mais escapam a um paradigma pré determinado são dois movimentos (mais do que estilos): a Tropicália e o Krautrock - o equivalente melancólico alemão da alegoria tropicalista. Posto aqui um disco de Kraut americano, que até pouco tempo era peça de colecionador. Pra quem ouvir pela primeira vez e achar uma merda desde o começo, desligue porque o tormento não é aliviado. Esse grupo não tem a ironia do Can, que permite que a gente dê uma relaxada - o gozo fica interditado até o final.

O bom de viver num país de merda é que a gente tem o samba.

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