
Eu sempre gostei de procurar experiências diferentes no campo sonoro, seja buscando formas de composição que escapam ao âmbito Ocidental canônico, por fazerem parte de um outro padrão de desenvolvimento cultural - a música tradicional indiana, por exemplo - seja procurando por grupos e compositores que partem do padrão Ocidental para reconfigura-lo em uma outra lógica que o problematiza. As experiências mais radicais que eu encontrei nesse segundo sentido foram o free-jazz, que é superado pela música de concerto contemporânea (Xenaxis, Ligetti, etc...), talvez a mais 'sem noção' experiência musical que eu já tive a oportunidade de acompanhar (nem o Pola conseguiu me convencer ainda que Eletroacústica é música de fato).
No campo da música pop, os que mais escapam a um paradigma pré determinado são dois movimentos (mais do que estilos): a Tropicália e o Krautrock - o equivalente melancólico alemão da alegoria tropicalista. Posto aqui um disco de Kraut americano, que até pouco tempo era peça de colecionador. Pra quem ouvir pela primeira vez e achar uma merda desde o começo, desligue porque o tormento não é aliviado. Esse grupo não tem a ironia do Can, que permite que a gente dê uma relaxada - o gozo fica interditado até o final.
O bom de viver num país de merda é que a gente tem o samba.
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