terça-feira, 28 de agosto de 2007

Luciano Bério - Coro



Continuando as postagens de música estranha, coloco aqui um disco de música de concerto contemporânea, de um dos seus mais conceituados compositores - Luciano Bério. Acho que esse é um bom disco pra se iniciar nesse universo (antes de pegar um disco de música eletroacústica) porque ainda tem os instrumentos sinfônicos - piano, percussão, cordas, metais - apesar de evidentemente serem tocados de forma não convencional, e porque é uma peça coral, o instrumento mais familiar ao homem. Mas se você ouviu o disco postado anteriormente e detestou, achou que não era música e coisa e tal, é melhor deixar pra lá. Pois essa é uma peça perturbadora, como um coral de anjos do inferno. Abaixo alguns dados sobre o autor recolhidos na rede.


"Ao longo do século 20, a inovação na música erudita foi a grande premissa para os compositores de vanguarda, músicos que buscavam experimentar linguagens e caminhos estruturais trilhando uma via paralela ao que era considerado clássico e intocável. O marco zero dessa revolução musical surgiu com a Segunda Escola de Viena, movimento da década de 1920 que tinha como principais representantes o compositor austríaco Arnold Schoenberg e seus principais alunos: Anton Webern e Alban Berg. Schoenberg queria uma música que se diferenciasse estruturalmente das composições de até então. O que, de fato, ele conseguiu. Exemplo mencionado por dez entre dez especialistas é o dodecafonismo, técnica de composição na qual as 12 notas musicais da escala cromática - as notas-padrão acrescidas dos cinco tons intermediários - são tratadas como equivalentes, ou seja, sujeitas a uma relação ordenada e não hierárquica.
Na escalação do time dos vanguardistas, um dos maiores nomes veio da Itália: Luciano Berio. Nascido na cidade Oneglia, em 1925, o compositor recebeu suas primeiras instruções musicais do pai e do avô, e, embora tivesse se mudado para Milão após a Segunda Guerra Mundial para estudar direito, a música falou mais alto e Berio acabou mesmo se tornando pupilo do músico também italiano Giorgio Federico Ghedini, conhecido por explorar diversos estilos. No início dos anos 50, o jovem músico já começava a mostrar interesse pelos experimentalismos de Schoenberg. Ainda nessa década, iria para Darmstadt, na Alemanha, onde o alemão Karlheinz Stockhausen e o francês Pierre Boulez propunham inovações na linguagem musical. Foi lá que Berio entrou em contato com a música eletroacústica - junção da música concreta [produzida a partir de edição do áudio misturada a fragmentos de som ambiente, tanto da natureza quanto até mesmo de indústrias], criada pelos franceses Pierre Schaeffer e Pierre Henry (veja boxe De Olho no Contemporâneo) no final da década de 40, com a música eletrônica [criada por meio de equipamentos e/ou instrumentos eletrônicos, como o sintetizador] de Stockhausen, surgida dez anos depois. De volta à Itália, em 1955, fundou com Bruno Maderna o Studio di Fonologia. Foi a partir de então que as experimentações de Berio o levaram à utilização de aparelhos emissores de ondas eletromagnéticas, gravações em fitas magnéticas de rolo e sons sintéticos para compor sua música eletroacústica.
Berio, que foi casado com uma das principais cantoras do século 20, a norte-americana meio-soprano Cathy Berberian, acabou se tornando um mestre na utilização da voz em composições de música contemporânea - como também ficaram conhecidas as músicas eruditas de vanguarda. "Ele cobriu praticamente todos os gêneros vocais com uma maestria absurda, desde a música eletroacústica até o coro", explica Flo Menezes. "Tinha uma consciência total da voz em todas as suas acepções: a questão fonética, a acústica e a semântica."
Berio, morto em 2003, ainda se destacou nas adaptações de músicas folclóricas que recolheu mundo afora, conhecidas como as Folk Songs de Berio, adaptando-as e rearranjando-as, em 1964, com roupagem erudita".

[FONTE: Portal SescSP]

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