terça-feira, 10 de abril de 2007

Concerto da OCAM


Acabo de voltar de um concerto da OCAM - Orquestra de Câmara da USP. No programa Ponteio n° 46 e 48 para cordas, de Camargo Guarnieri, e Sinfonia n°1, de Serge Prokofiev. Dessa vez sentei bem perto dos instrumentistas, e tirei algumas conclusões:


1) A figura do maestro sempre tem algo de muito ridículo. Se nos países do centro essa personagem já comporta algo de deslocado, por remeter a uma tradição aristocrática que já não porta os mesmos valores, na periferia, onde esses valores sequer se constituiram alguma vez, ela funciona como uma idéia fora do lugar presentificada... lembrando muito aqueles números de circo onde um palhaço rege uma orquestra fictícia...


2) Quando os russos pegam pra ser chatos, eles são chatos, e fazem questão de bramir sua chatice muito alto. Parece trilha de dramalhão mexicano - igual a porra do Tchaikóvski.


3) Brasileiro não sabe fazer música de concerto. Como já diria o Bruxo do Cosme Velho, por mais que Pestana tentasse compor uma sinfonia,ou um requiem, um simples noturno, o que ele era mesmo era o melhor autor de polcas da época... Não adianta, o maximo de aristocracia a que podemos almejar esta longe da grandiloqüencia dos mil instrumentistas de uma sinfonia de Mahler - é um banquinho e um violão com um nordestino desafinado por cima...

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